sábado, 21 de maio de 2011

amor x paixão



É muito bom ser adulto porque podemos facilmente distinguir um sentimento de outro. O ser jovem se confunde, o adulto não. Nem um pouco.

Aí chega aquela hora em que você se transforma num ser egoísta e medíocre. A paixão se metamorfoseia em amor. O amor estraga tudo. O ser humano não conta com isso, com a desintegração parcial do seu ser. Você já não se sente um ser inteiro. Você precisa do outro para ser inteiro, para pertencer. Ninguém morre de paixão, ela é a incubadora, a casca da borboleta. O ser que sai da incubadora é lícito a morte.

Tudo começa a mudar, o cheiro dele de alcool já não é mais um afrodisíaco: é a certeza de que as horas de conversa de boteco não são mais atrativas comigo. Os 10, 20 ou 30 dias de ausência se profundam na certeza do deprezo dele, da não vontade de estar do meu lado. Eu já não sou a mais engraçada. A piada que ele já me contou cem vezes se torna um descuido de memória dele: ele nem um pouco se importa com o que me conta, a memória dele não está enraizada a minha.



Decidi não escrever mais. O amor toma todo o meu tempo para a criatividade e pensamento.

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