terça-feira, 10 de maio de 2011

Seja você, sem ser você

Sabe o que eu queria agora? Não ter que pensar por duas cabeças, ter um humor singelo, tranquilo, sem ter que ouvir a sua voz invisível todo tempo. Eu queria ser mono polar, me deixar ser eu, só eu, sem você.

Mas eu queria mesmo sabe o que? Queria que você se decidisse, que se assumisse e me sumisse. Ah se eu sumisse! Eu quase que não aguento mais estas conversinhas dela, no meu ouvido. Ela me diz o que eu devo ou não fazer, num momento de sufoco, sempre quando preciso dela. Na verdade eu queria ser só eu. E você vem. Aí você vem e não me deixa ser. Quantas vezes quis te contar tanta coisa, mas não começo e nem termino minhas histórias, porque ter você por perto é suficientemente sufocante.

E ele, o outro? Sim, o outro. Ele não diz nada? Não. Ele também não se assume. Eu desejaria que ele estivesse aqui hoje. Ele castigaria a minha outra fala, a mandaria embora por ter sido tão malvada comigo.

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